DECLARAÇÃO  DA ASSEMBLEIA GERAL DA XI RAM


Reunidos em Assembleia Geral, na Facultad de Humanidades y Ciencias de la Educación (UDELAR) em Montevidéu, Uruguai, os antropólogos e antropólogas participantes na XI Reunião de Antropologia do Mercosul  RESOLVEM:

 

  1. Aprovar a proposta da Universidade Federal da Integraçâo Latino-Americana (UNILA) de acolher a próxima RAM de 2017 na sua sede de Foz do Iguaçu, Paraná, Brasil.
    Constituir um Comité Organizador integrado por Bárbara Arisi (UNILA, Brasil), Nicolás Guigou (UDELAR, Uruguai), Eduardo Restrepo (Univ. Javeriana, ALA, Colombia), Lía Ferrero (UBA, Argentina, quem proporá representante),  Luis Campos (Univ. Academia Humanismo Cristiano,  Chile), Ceres Brum (Universidade Federal de Santa Maria, Brasil), Betty Francia (AUAS, Uruguai) y Lydia de Souza (AUAS, Uruguai).
    A Universidade Federal de Santa Maria retirou sua proposta para sediar a próxima RAM, porém reitera sua disponibilidade para 2019 e dará seu apoio à UNILA para a organização da XII RAM.
    A WCAA adere também à proposta apresentada.

 

  1. Aprovar a proposta da Asociación Uruguaya de Antropología Social (AUAS) para sistematizar os antecedentes e os documentos das RAM anteriores, a fim de disponibilizar um acervo de documentos e de experiência que permita continuar fortalecendo a identidade destes encontros.

 

  1. Diante das diferentes declarações de associações acadêmicas e de organismos multilaterais internacionais, aderir ao repúdio às políticas levadas a cabo pelo Estado de Israel contra o povo palestino. Além disso, condenar a complicidade do governo dos EEUU, da União Europeia e da OTAN, co-responsáveis das ações anteriormente mencionadas.
    Fazer ainda um apelo pela paz no Médio Oriente no marco do respeito do Direito Internacional.

 

  1. Rejeitar enfaticamente os processos de judicialização e de criminalização de antropólogos e antropólogas brasileiros, em particular no tocante às atividades levadas a cabo para as demarcações territoriais de quilombos e de terras indígenas.

 

  1. Decidir que é fundamental apoiar o fortalecimento da Associação Latino-americana de Antropologia (ALA) como estratégia para a consolidação de práticas e perspectivas antropológicas desde o Sul, que respondam a agendas e problemáticas de nossos próprios contextos. Acreditamos que o fortalecimento da ALA permitirá a existência de cenários vitais de interlocução e de visibilização de nossas antropologias, de grande importância nestes tempos sombrios de rearticulação do colonialismo intelectual expressado na crescente sujeição às agencias e às práticas das instituições hegemônicas do Norte global. Neste sentido, a RAM deve ser vista como um componente fundamental da ALA e não como algo diferente ou contraditório com relação a esta.

 

  1. Apoiar a ratificaço do Convênio 169 da OIT pelo governo uruguaio, que reconhece os grupos indígenas do Uruguai.

 

  1. Trazer a lembrança da memória da estudante uruguaia da UNILA Martina Piazza Conde, brutalmente assassinada, e apoiar todas as medidas dos Estados nacionais que contribuam a eliminar o feminicídio.

 

     Montevidéu, 4 de dezembro de 2015