RESUMEN GRUPO DE TRBAJO 13

GT 13. MUSEOS, OBJETOS E IMÁGENES DE OTROS Y DE SÍ: ARTE, POLÍTICA Y ANTROPOLOGÍA

Coordinadores:

Dra. Barbara M. Arisi (UNILA - Universidad Federal de la Integración Latinoamericana, Brasil) barbara.arisi@unila.edu.br

Dra. Marian Moya (IDAES - Universidad Nacional de San Martín, Argentina) mmoyaac@gmail.com

Dda. Helena M. Schiel (UFOPA - Universidade Federal do Oeste do Pará, Brasil) - helenaschiel@gmail.com

Comentaristas: Dr. Marcos Lanna (UFSCar, Universidade Federal de São Carlos, Brasil) Bia Lessa - artista, escenógrafa

 

 

Sesión 1:

 

EL ROL DE LOS MUSEOS Y SOCIEDADES CIENTÍFICAS EN LA REPRESENTACIÓN DEL "OTRO INDÍGENA". INSTITUCIONALIZACIÓN DE LAS CIÊNCIAS DEL HOMBRE EN CHILE (1880 - 1954)

 

Héctor Mora Nawrath. Departamento de Antropología, Universidad Católica de Temuco; hectmora@uct.cl

 

Este trabajo analiza la constitución del campo científico de las denominadas ciencias del hombre o ciencias antropológicas entre 1880 y 1954 –fecha de fundación del Centro de Investigaciones Antropológicas de la Universidad de Chile. En dicho periodo prima a nivel nacional –lo que es común para América Latina- una concepción de ciencia integral y unificada de raigambre Europea, lo que genera un espacio amplio para el desenvolvimiento de intelectuales, quienes encarnan las prescripciones del modelo de ciencia de la época. En este sentido, la práctica científica involucró a sujetos de formaciones muy diversas –botánica, zoología, química, física, etc.- que de oficio y movidos por inquietudes individuales, se interesaron por el estudio de los vestigios materiales, físicos, y por la forma de vida y lenguaje de los otros exóticos que habitaron o habitaban el territorio nacional. Junto con reflexionar acerca de las condiciones socio-históricas, intelectuales y orgánicas tras la emergencia y desarrollo de este nuevo campo de estudio, el trabajo profundiza en la forma que dicho campo adquiere forma considerando las agencias, temáticas, aproximaciones y contextos en los cuales se desenvuelven los impulsores de disciplinas como la arqueología, antropología física, etnología, etnografía, lingüísticas y Folklore. La orientación de la investigación es de corte histórico, y tiene como base el análisis de las publicaciones que comunican formas de representación del otro generadas en el marco de los muesos y sociedades científicas, integrando fuentes documentales que permiten acceder a las dinámicas de la comunidad de especialistas en Chile. Ello se complementa con análisis estadísticos a través de los cuales se caracterizan las líneas de producción científica en función de áreas temáticas y contenidos.

Palabras claves: institucionalización; campo científico; arenas transfronteirizas; ciências del hombre.

 

RESSIGNIFICAÇÕES E NOVAS ARTICULAÇÕES POSSÍVEIS DE COLEÇÕES ETNOGRÁFICAS: TRILHANDO NOVOS E VELHOS CAMINHOS


Nádia Philippsen Fürbringer. Doutoranda em Antropologia Social na Universidade Federal de Santa Catarina; nadiapf@gmail.com

Retoma-se o lugar das pesquisas antropológicas acerca de coleções etnográficas. A análise da prática do colecionismo na Antropologia parte das coleções do antropólogo Sílvio Coelho dos Santos além de diapositivos e Diários de Campo que foram acumulados em décadas de pesquisa e foram doados ao Marque/UFSC. Esta pesquisa acompanhou vários processos de reapropriações dessas coleções, as novas articulações que tem ressignificado tais objetos e o próprio sistema museal. Foram acompanhadas o processo da exposição de curadoria compartilhada de longa duração (curadoria que integra técnicos do Museu e indígenas); e o interesse dos alunos da Licenciatura Indígena da UFSC (Kaingang, Xokleng e Guarani) em conhecer essas coleções. Além também da constituição de uma galeria virtual de imagens produzidas em contextos de pesquisa etnográfica do Professor Silvio Coelho dos Santos, como estratégia de comunicação e documentação de acervos museológicos, através do processo de compartilhamento de imagens em ambientes virtuais, em exposições museográficas e em oficinas de extensão universitária. Primeiramente com a contribuição dos Tikuna e em seguida dos Xokleng na construção das informações sobre estas imagens. São diversos sujeitos que contribuem na construção das memórias que contornam tanto o próprio Silvio Coelhos dos Santos e seus interlocutores em outrora, quanto o que o seu olhar enfocou em tantas imagens e descrições de seus diários de campo.

Palabras clave: Coleções etnográficas, objetos, imagens, narrativas.

 

 

MUSEUS ETNOGRÁFICOS E MOVIMENTOS INDÍGENAS: EXPERIÊNCIAS DO MUSEU NACIONAL COM A EXPOSIÇÃO “OS PRIMEIROS BRASILEIROS”

Crenivaldo Veloso Jr.Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro (MN/UFRJ). Mestre em História pela Universidade Federal Fluminense. Historiador do Setor de Etnologia do Museu Nacional/UFRJ e pesquisador do LACED; veloso@mn.ufrj.br

 

O objetivo deste trabalho é refletir sobre os desafios colocados aos museus nacionais e etnográficos a partir do avanço das mobilizações indígenas. Esta análise gira em torno do Museu Nacional e suas relações com indígenas da região Nordeste a partir exposição “Os Primeiros Brasileiros”, sob a curadoria do antropólogo João Pacheco de Oliveira. O Museu Nacional foi criado em 1818 com o objetivo de propagar conhecimentos das ciências naturais no Brasil. Desde então foram formadas vastas coleções etnográficas, sendo as maiores provenientes de povos indígenas do Brasil, principalmente das regiões amazônica e central. Poucos foram os objetos de indígenas da região Nordeste do país. As aldeias indígenas do Nordeste foram extintas gradativamente na segunda metade do século XIX, afirmando-se que nestas áreas não haveria mais índios, pois estariam misturados à massa da população regional. Contudo, em diferentes situações, famílias indígenas continuaram a ocupar cenários políticos, reivindicando o reconhecimento de direitos, principalmente às terras que lhe foram destinadas e tomadas desde tempos passados. A partir das últimas décadas do século XX observou-se o aumento dos movimentos indígenas na região.

Em itinerância desde 2007, “Os Primeiros Brasileiros” propõe uma revisão da história do Brasil a partir do eixo da presença indígena no Nordeste. Para tal, foi formada uma coleção composta por mais de 200 objetos, oriundos de várias etnias da região. Pretende-se, assim: analisar o caráter pedagógico da mostra; refletir sobre as apropriações por parte de lideranças indígenas, que vêm utilizando-a como instrumento político para dar visibilidade às suas pautas.

Palabras clave: Museus etnográficos; índios do Nordeste (Brasil); Exposição “Os Primeiros Brasileiros”.

 


A VANGUARDA INDÍGENA


Marcos Alexandre dos Santos Albuquerque. Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ); marcosdada@yahoo.com.br

Nesta apresentação faço uma genealogia das performances indígenas na contemporaneidade. Começo com o que me parece ser paradigmático da constituição do espaço de visibilidade dos indígenas, os zoológicos humanos. Desde o Séc. XIX. exposições coloniais promoveram a popularização do racismo e, desse modo, a legitimidade da empresa colonial. No fim do séc. XIX e inicio do séc. XX houve a transformação das exposições coloniais e o advento do cinema renovando o projeto da empresa colonial. Neste mesmo período, a pintura moderna emerge como crítica a instituição da Arte e do Belo através da apropriação da “arte primitiva”. O “primitivo” aparece como modelo ideal do inorgânico contra o orgânico da pintura Clássica (naturalista). A partir de fins do sec. XX performances indígenas são percebidas pelos pesquisadores como agência e consciência da instituição colonial e do racismo. Mas ao entrar no imaginário ocidental como performances autênticas elas são percebidas como orgânicas, naturalistas, quando na verdade são inorgânicas e contra hegemônicas. A vanguarda indígena é uma ação em direção a instituição colonial, é uma crítica através de uma apropriação inorgânica da diferença cultural-racial, mas é revelada no espetáculo como peça orgânica e naturalista. Paradoxo da vanguarda indígena: ser inorgânica e contra hegemônica, mas somente ter visibilidade social se passando por orgânica e não contemporânea. A vanguarda indígena acessa a instituição colonial como espaço da não coetaneidade (Fabian).

Palabras claves: indígenas; museus; colonialismo; vanguarda; arte.

Sesión 2:

 

MICROPOLÍTICA Y MUSEOGRAFÍA CHILENA

Paulina Barrenechea Vergara. Docente de la Universidad de Concepción; ultrasol@gmail.com

 

El museo debe ser comprendido y abordado –como los estudios culturales- en un análisis constante de las prácticas culturales en intersección con las relaciones de poder. En efecto, la noción misma de patrimonio cultural, condición de posibilidad para el espacio museográfico, (re)produce un conocimiento que al mismo tiempo silencia otros; pero que, actualmente, producto de la migración y la emergencia de las políticas de representación de los procesos de identidad raciales y de sexo-género, resulta necesario discutir y problematizar. Lo que se figura y representa en las narrativas escritas y visuales, adquiere su validación en tanto no figura y no representa otras subjetividades, otros cuerpos y otros territorios.  A través de la intromisión de las categorías de género/feminismos críticos y los estudios decoloniales que sitúan los procesos de racialización (igualmente los de patriarcado) como estructurantes del proyecto de la modernidad -a partir del cual el museo se erige como dispositivo de poder aliado- realizaremos una lectura de carácter interseccional acerca de las relaciones (o ausencias de relaciones) que las subjetividades de género y raciales, especialmente las negras, establecen con este espacio en Chile.

Palabras claves: museografía-narrativas de la nación-racialización y patriarcado.

 

 

LA FUNCIÓN DE TRANSMISIÓN CULTURAL DE LOS MUSEOS. UNA MIRADA DESDE UNA PERSPECTIVA HISTÓRICA

Silvia Liliana Calvo. Museo Etnográfico Juan B. Ambrosetti. Facultad de Filosofia y Letras. UBA; silvialcalvo@gmail.com

 

El museo reconoce su origen en la modernidad; el acto de hacer públicas las colecciones privadas puso en evidencia cierta convicción sobre el efecto que esta institución podía tener en amplios sectores de la población. La creación del dispositivo de la exposición, a fines del SXIX, reafirma la voluntad de transmisión de valores sociales, artísticos y científicos, ligados a una idea de sociedad.

La ruptura con el modelo de museo propiciado por la modernidad ha llevado a repensar su función social e impulsar su transformación, en especial en lo que hace a su dimensión educativa, que hoy se reconoce como constitutiva de este tipo de instituciones. Sin embargo, al estudiar la historia de esta institución en tanto aparato cultural, es posible advertir como algunos rasgos persisten pese a los cambios que ha sufrido a lo largo de casi 500 años.  Estos rasgos dejan marcas, sobre todo en lo que hace a la función de transmisión cultural. La persistencia de estas marcas de origen se desliza periódicamente en las prácticas, pese a los deseos de transformación. Esta ponencia intentará dar cuenta de algunos de estos rasgos que de forma residual continúan operando en el presente. 

 

 

DO LADO DE DENTRO E DO LADO DE FORA DA GALERIA ETNOGRÁFICA: OS USOS DE OBJETOS ETNOGRÁFICOS NO NAIROBI NATIONAL MUSEUM (KENYA).

Aline Rabelo. Doutoranda do PPGAS - Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro; arabelo.anthropology@gmail.com

 

Fundado durante o período colonial, na primeira década do século XX, o Nairobi National Museum – NNM é hoje considerado o principal museu nacional do Kenya. Seus mais de 60.000 objetos etnográficos não se dividem somente entre a galeria etnográfica, intitulada “Cycles of Life”, e a reserva técnica, mas também constituem partes substanciais das construções narrativas de algumas das outras onze galerias do museu. Em comum, as peças etnográficas em exposição apresentam a característica de serem todas originárias apenas de “comunidades tradicionais quenianas”. Este trabalho, um recorte específico de uma pesquisa etnográfica mais ampla em museus nacionais do leste africano, procura produzir análises e reflexões acerca das resignificações de coleções etnográficas nos discursos curatoriais do atual NNM. Além do olhar que recorre frequentemente a comparativos relacionados a concepções coloniais, o artigo pretende lançar luz sobre determinadas formas de descolonização do acervo etnográfico que cumprem importante papel simbólico dentro da contínua reafirmação e consolidação do Estado-Nação, meio século depois da independência do Kenya.

Palabras clave: objetos etnográficos, museu nacional, Kenya, descolonização.

 

 

OBJETO, COSMOLOGIA E RITUAL EM MUSEUS ETNOGRÁFICOS

 

Laércio Fidelis Dias. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Unesp-Marília/SP) laercio@marilia.unesp.br

 

As reflexões apresentadas a seguir tratam do tema que envolve os museus, as populações indígenas, os professores, pesquisadores (museólogos, arqueólogos e antropólogos), tomando como referência o Museu Kuahí, localizado no município de Oiapoque, Estado do Amapá, e, Museu Histórico e Pedagógico Índia Vanuíre, localizado em Tupã, município do Estado de São Paulo. Qual a problemática da reflexão? A construção de museus participativos, na sua formulação, gestão e organização das exposições, bem como, a ampliação do conceito e processos de patrimonialização. Museus que apresentem a transversalidade entre os museus sobre os índios, museus com os índios e museus dos índios.

No campo da antropologia, essas discussões têm sido teoricamente travadas a partir de interrogações acerca da dimensão ética do trabalho do antropólogo. O conceito de “antropologia da ação” serve para pensar as responsabilidades éticas do trabalho antropológico é central para a reflexão apresentada aqui. Responsabilidade esta que, como sugere a transversalidade entre os três tipos de museus, implica um fazer antropologia comunicativo, um “agir comunicativo”, nas palavras de Habermas. Ou seja, realizar o trabalho etnográfico, dentro desta perspectiva, impõe-se abrir para as questões (éticas) que esse trabalho propõe.

Assim sendo, o objetivo da apresentação é tomar os objetos de cultura material, expostos nos dois museus, ligados aos rituais e cosmologia para pensar como as exposições foram organizadas obedecendo aquilo que se entende por museus participativos.

Metodologicamente os dados foram levantados segundo os procedimentos clássicos da antropologia: etnografia. E, também, material bibliográfico.

Palabras clave: Museu; Cosmologia; Ritual; Objetos; Índios Sul-americanos.

 

 

CURADORIA NATIVA NO MUSEU DO QUAI BRANLY: ESTRATÉGIAS EXPOSITIVAS, AGÊNCIA E DIÁLOGO CULTURAL

Nina Vincent Lannes. Doutoranda no Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia/PPGSA, da Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ; ninavincent@gmail.com

 

Analiso a exposição “Maori. Seus tesouros têm alma”, que apresentou a arte e a cultura dos Maori – povo nativo da Nova Zelândia – no Museu do quai Branly, em Paris, em 2011/2012, com curadoria do Museu Te Papa Tongarewa-NZ. Esta primeira experiência de “curadoria nativa” na instituição francesa possibilita contrastar concepções de arte, museu e construção identitária, sem abandonar jogos de poder coloniais, mas trazendo novos elementos reflexivos. A expografia cria uma relação estética entre objetos heterogêneos, textos e espacialidade, transformando a própria exposição em “objeto de arte” e conferindo-lhe agência, uma “agência do display”. Diferentes estratégias apresentam um mundo no qual objetos são “tesouros”, carregam mana, têm “alma”; simultaneamente, demarcam os limites do diálogo cultural deixando claro quem deve ter controle sobre estes objetos e suas representações. Exploro o papel do objeto-exposição como mediador de relações no episódio que propiciou a exposição: o repatriamento de 20 crânios maori, pertencentes a coleções francesas. Dois museus se encontram: um herdeiro de coleções coloniais e idéias modernistas de apreciação da “arte etnográfica” que tenta abrir brechas para supostos “diálogos culturais”, e outro que representa a cultura maori de forma homogênea, reconfigurando discursos locais em nível nacional e colocando o tratamento de objetos musealizados no centro da política identitária. Percebe-se uma complexa questão política articulada a diferentes cosmovisões sobre objetos de arte, materializada na exposição, que pretendeu tornar visível a concepção estética dos Maori, demarcar sua luta identitária através da autorrepresentação e invizibilizar os objetos repatriados, servindo, ao mesmo tempo, como resposta do museu francês às críticas à omissão política.

Palabras clave: Museu do quai Branly; Maori; exposição; curadoria; agência.

 

Sesión 3:

 

OS OBJETOS DA/NA AÇÃO EDUCATIVA DO MUSEU DE ARQUEOLOGIA E ETNOLOGIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ (MAE-UFPR)

 

Aline da Silva Araújo Vörös

Ronaldo de Oliveira Corrêa

 Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR); alinevoros@gmail.com; rcorrea@ufpr.br

 

O texto apresenta as articulações entre as teorias de cultura material e as trajetórias biográficas de objetos para problematizar as relações, práticas e usos dos objetos na constituição de representações de indivíduos e suas formas de estar no mundo. Para isso, recorreremos a analise dos materiais de apoio das práticas educativas do MAEUFPR, a saber, as caixas didáticas. Buscamos compreender os/as agentes protagonistas e os processos que compuseram a coleção manipulável da caixa. Selecionou-se, como objeto de estudo, a “caixa didática Padrões de Beleza”, produzida em 2009/2010, por ser a primeira caixa com o propósito de promover reflexões e discussões sobre um tema específico. A caixa didática Padrões de Beleza, é constituída por objetos selecionados no acervo do Museu, textos descritivos e de contextualização, e conjunto de atividades para ser utilizado por professores e professoras e estudantes de escolas públicas e privadas de Curitiba-PR. Como resultados, verificou-se que as decisões a respeito do tema, os artefatos e seu uso como mediadores do processo de interação e aprendizado foram orientadas por teorias e práticas curatoriais e museológicas discutidas no MAEUFPR; atentou-se para o fato da caixa Padrões de Beleza ser desenvolvida por pesquisadoras, o que permitiu questionar as marcações de gênero da temática e da constituição do material; e compreender que os objetos e textos agenciados como coleção, também, agenciam as interações por que passam e/ou promovem, entre tantas, as relações entre sociedades e suas práticas, as representações de gênero e identidades, os processos de educação patrimonial em museus de antropologia.

Palabras clave: Cultura Material. Interação social. Museu. Educação.

 

 

CUERPO Y ANATOMÍA EN EL MUSEO “PEDRO ARA”. EDUCACIÓN Y SALUD EN EL CONTINUUM MUSEO- HOSPITAL PÚBLICO- UNIVERSIDAD

Karina del Valle Generoso. Integrante del Espacio Laboratorio de Arte/s. Performance/s y Subjetividad/es. Facultad de Psicología. Universidad Nacional de Córdoba. Profesora Asistente en la Cátedra de Antropología Cultural, Contemporánea y Latinoamericana. Facultad de Psicología. Universidad Nacional de Córdoba; karinageneroso@gmail.com

 

El presente trabajo presenta una aproximación a los sentidos y prácticas en torno al cuerpo y la Anatomía (como enseñanza oficial del cuerpo biológico) de los agentes que forman parte del Museo Anatómico “Dr. Pedro Ara”, institución que conforma al Instituto “Ángel Roque Suárez”, junto a la Cátedra de Anatomía Normal, de la Facultad de Ciencias Médicas de la Universidad Nacional de Córdoba.  Para comprender la producción y circulación de estos discursos, saberes y prácticas en torno al cuerpo humano y su devenir como objeto de estudio de la Anatomía, en el proceso de formación de médicos, se aborda la relación museo- hospital- universidad, en el contexto de la educación superior y la salud pública.En este acercamiento se problematiza la invisibilización de la historia de las piezas exhibidas, asociada a la tendencia a destemporeizarse del conocimiento científico, como forma de volverse hegemónico ya que, aislados, los preparados cristalizan el cuerpo humano, único, universal, anatomizado, transformándose en “bienes” que resulta difícil valuar. A partir de la experiencia de (Des) Montaje transdisciplinar en “La Noche de los Museos” (2010-2012), se pone en juego la relación entre la reflexión crítica y el análisis de formas ritualizadas y naturalizadas de mirar y construir la realidad y los vínculos, tanto en la vida cotidiana como en los diferentes campos sociales.

Palabras Claves: Cuerpo- Anatomía- Museo- Universidad- Salud.

 

 

MUSEU RONDON: O TEMPO, AS NARRATIVAS E O COLONIALISMO (OU COMO ESTAVA VESTIDO MARECHAL RONDON)

Ryanddre Sampaio. Museólogo (COREM - 0851-I / 2ª Região). Especialista em Gestão Pública (FAeCC/UFMT). Mestrando em Antropologia Social (PPGAS/UFMT),
Museu Rondon de Etnologia e Arqueologia da UFMT; r.museu@gmail.com

 

O presente trabalho tem como objetivo apresentar análises preliminares da etnografia que estou produzindo sobre a formação do acervo no Museu Rondon da Universidade Federal de Mato Grosso, uma reflexão antropológica do processo de constituição dos bens culturais preservados neste espaço com vistas a compreender as formas pelas quais estes artefatos foram musealizados e quais perspectivas orientaram estas práticas. Será analisado o contexto de criação do museu durante a ditadura militar brasileira e a "Marcha para o Oeste", cabendo questionamentos acerca da fundação da universidade como uma "Universidade da Selva" e seu discurso político de formação de "novos colonizadores" no Centro-Oeste do país. Além disso, pretendo problematizar a participação do Sistema de Proteção aos Índios e sua política indigenista e a inclusão do museu em um projeto de incorporação dos povos indígenas ao Estado-Nação por meio, principalmente, da figura do seu patrono Marechal Cândido Mariano Rondon. Percebendo as pressões contraditórias no interesse do Estado em fixar identidades através da formação do acervo, o Museu Rondon será analisado como um dispositivo no sentido foucaultiano alicerçado em dois eixos de articulação recíproca e de mútua dependência: a relação saber-poder e subjetivação. As práticas discursivas e não-discursivas presentes nos regimes de subjetivação contribuem para a construção do dispositivo "museu" tanto na constituição da formação discursiva quanto dos próprios discursos. Assim, buscar-se-á compreender as relações entre agentes e objetos que atuaram neste espaço museológico e quais as ações que produziram regimes de visibilidade ou invisibilidade acerca da diferença ou dos povos indígenas nele representados.

Palabras clave: Museus; Colonialismo; Indigenismo; Discurso; Nação.

 

 

FICHÁRIOS E LISTAGENS: PESSOA E RELACIONALIDADE EM ARTEFATOS DE CONTROLE DOCUMENTAL

Luísa Valentini. Doutoranda da Universidade de São Paulo; luisa.valentini@gmail.com

 

Gostaria de apresentar aqui os resultados de uma linha de investigação que abri em meu mestrado, que tratou da experiência da Sociedade de Etnografia e Folclore (São Paulo, 1937-1939), ensaio institucional conjunto de Mário de Andrade, Dina Dreyfus e Claude Lévi-Strauss. Este caso me permitiu explorar uma série de dispositivos do laboratório antropológico do período do entre-guerras, entre os quais se destaca o fichário, que constituía então um centro de listagem e articulação de diferentes corpi documentais: coleções, bibliotecas, mapotecas etc. Estendendo a observação desse dispositivos a outros momentos na obra de Mário de Andrade e de Claude Lévi-Strauss, é possível identificar importantes tensões no manejo deste artefato de controle e tradução. Um segundo movimento da apresentação incide sobre a reverberação de documentos deixados por Mário de Andrade no ano em que sua morte completou 70 anos e que incidiram de modo relevante sobre as relações entre documento e pessoa, em particular no que tange à dimensão da duração. Finalmente, gostaria de ensaiar algumas aproximações desses casos com meu tema atual de investigação, que diz respeito à constituição de acervos relativos a povos indígenas, especialmente aqueles replicados ou nativos em suporte digital.

Palabras clave: pessoa, arquivo, cultura, controle, documento.

 

 

ARTE EM TRANSIÇÃO NO MAM/RJ NA DÉCADA DE 1960

 

Carollina Rodrigues Ramos. Bacharel em Museologia pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. Diretora do Museu Histórico e Artístico do Maranhão – MHAM; carollaramos@gmail.com

 

O trabalho visa analisar o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, ao longo da década de 1960, como uma instituição que evidenciou as transições da arte moderna para a arte contemporânea, cujas propostas curatoriais fogem da perspectiva moderna da instituição e indica um “espírito do tempo” contemporâneo. Tal análise se dará através do estudo de seis exposições realizadas nesse período: Arte Neoconcreta (1959), Cães e Caça (1961), Opinião 65 (1965), Opinião 66 (1966), Nova Objetividade Brasileira (1967) e Salão da Bússola (1969). Estas exposições apresentaram um caráter de inovação, experimentação e investigação na arte. Essas questões são abordadas tendo como base o conceito de contemporâneo do filósofo Giorgio Agamben, apresentado no texto O que é Contemporâneo?(2009), caracterizando o MAM-RJ, daquela época como intempestivo e anacrônico.

Palabras clave: Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro; Arte Moderna; Arte Contemporânea; Giorgio Agamben.

 

Sesión 4:

 

REPRESENTAÇÕES SOBRE O BRASIL CENTRAL E SEUS POVOS NOS DIÁRIOS DE ACARY DE PASSOS OLIVEIRA

 

Rosani Moreira Leitão. Doutora em antropologia pela UnB, coordenadora da Divisão de Antropologia do Museu Antropológico, docente do PPGIDH e docente colaboradora da Licenciatura em Educação Intercultural/UFG, Brasil; rmleitao@terra.com.br

Gabriel de Almeida Souza. Estudante de graduação em Ciência Sociais e estagiário do Museu Antropológico / UFG, Brasil; gabriel.vtn@gmail.com

 

O presente trabalho é um desdobramento do projeto Imagens e relatos de um sertão desconhecido: organização e tratamento técnico do acervo de Acary de Passos Oliveira, desenvolvido no Museu Antropológico da UFG, no ano de 2012, contando com apoio financeiro do Instituto Brasileiro de Museus. O projeto teve como objetivo organizar, digitalizar, divulgar e disponibilizar o acervo documental referente aos mais de 40 anos de experiência de Acary de Passos Oliveira, sertanista, indigenista, primeiro diretor e um dos fundadores do Museu Antropológico da Universidade Federal de Goiás (UFG), reunido por ele próprio ou por seus familiares, ao longo de mais de quatro décadas. O acervo faz referências a 30 etnias indígenas do Brasil Central, que viviam e ainda vivem, sobretudo, no Parque Indígena do Xingu e nas regiões dos rios Araguaia e Tocantins. Também retrata situações de contato interétnico entre esses povos e entre eles e agentes da sociedade nacional não-indígena, principalmente instituições públicas, como é o caso da FAB - Força Aérea Brasileira, do SPI - Serviço de Proteção aos Índios e da Fundação Brasil Central. Referências também são feitas a personalidades importantes, tais como os presidentes Juscelino Kubitschek e Getúlio Vargas. O texto trata especificamente do diário Diauarum, no qual Acary de Passos narra sua experiência como sertanista no contexto da criação do Parque Nacional do Xingu. Os autores refletem sobre concepções e representações acerca desta região e de seus povos reveladas a partir da análise e interpretação do referido manuscrito. Palavras-chave: indigenismo, sertanismo, Região Central do Brasil.

 

PRESENÇAS DE OUTROS E CONSTRUÇÕES DE SI: DIÁLOGOS COM UMA EXPOSIÇÃO

Eoin O'Neill Irene Portela. Aluna de doutorado do PPGCP/UFF. Mestre em Antropologia Social pelo PPGAS/MN/UFRJ. Trabalha na Coordenação de Educação em Ciências - CED do MAST/MCTI; eoneill@oi.com.br

 

Parte-se de uma reflexão sobre representações ligadas a astronomia e ciência, mas, sobretudo, a Portugal e Brasil, no desenho da exposição Olhar o Céu, Medir a Terra do MAST, como escolhas que exprimem construções e atualizações de memória correntes. Faz-se isso através do recurso a uma perspectivação próxima dos eixos centrais da exposição, embora a partir de um 'olhar português'. Aporta-se com autores que destacam a importância de considerar múltiplas vozes - vontade que os museus ultimamente parecem refletir -, mesmo que restritas às de 'especialistas' e 'disciplinares', para compor quadros de representações sobre nacional, que guardam um propósito de afetar a vida. Dentre as instituições de memória inventadas na modernidade ocidental, os museus de história natural desempenharam a tarefa de procurar conciliar a memória de uma universalidade do saber científico com a  construção das particularidades da nação - explicitando uma 'tensão' entre falas que é correlata à crescente reclusão assumida pelo fazer da ciência, e ao estatuto que se lhe confere, em que pese a centralidade da 'natureza nacional' como tema da história política e científica moderna, aspectos que se refletem nos museus. Por fim, parte-se da noção do museu como "intelectual coletivo" para  refletir sobre possibilidades de correlação entre "lugares de memória" e memórias coletivas, e, sobretudo, de incorporação de falas e discursos alargados, em produções museais, em particular ligadas a território, a nacional, e a sua inter-relação com 'ciência'.

Palabras clave:  construções de imagens; representações de nacional; desenhos de território; universalidade e particularidade; falas nos discursos museais;

 

 

A MÁSCARA QUE COMEU O ACERVO: ECONOMIA DA CULTURA GAVIÃO PYHCOP CATI JI (TIMBIRA ORIENTAIS - MA)

 

Maycon Melo. Doutorando no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais,  Universidade Federal do Maranhão (UFMA); mayconmelodoc@gmail.com

 

O artigo descreve as transações que objetos de um ritual de máscara acionam entre humanos e estrangeiros de diferentes matizes na economia da cultura Gavião. No ritual de Wyty o uso de alguns objetos por pessoas específicas permite que se realize uma série de transações econômicas entre humanos (me hẽeh), animais (pryyhre) e com o homem branco (cohpẽ), com os quais os Gavião precisam afinizar para colocar em ação uma economia de pessoas, conhecimentos e tecnologias. Na etnografia dessas transações, primeiro entre os humanos, me hẽeh (índio, “na carne”), descrevo parte do sistema de nominação Gavião e como os objetos parecem construir os corpos humanos assim como faz o nome pessoal. Nas transações com os animais de caça (pryyhre), descrevo a origem mítica de algum destes objetos e sua fabricação, uso e circulação como parte dos conhecimentos relacionados a noção de contágio e de carõo (alma). Por fim, descrevo como estes mesmos objetos, identificados e registrados para compor um acervo digital como forma de pagamento pela pesquisa, foram eles próprios agenciando o antropólogo dentro da economia de imagens Gavião. Geertz disse que os museus são zonas de contato entre pessoas separadas geográfica e historicamente. A construção de um acervo etnográfico com os Gavião sugere que essas zonas de contato podem ser alargadas, já que as imagens interligam mundos e seres diferentes em formas de socialidade que o acervo parece ainda não conter.  

Palabras clave: Ritual, grafismo indígena, acervo etnográfico, Gavião Pyhcop cati ji.

 

 

¿MUSEOS COMO ESPACIOS DE RESISTENCIA O DE COLONIZACIÓN DE TIERRAS Y MENTES?

Barbara Maisonnave Arisi. Doutora em Antropologia Social (UFSC). Docente no Programa de Pós-Graduação em Estudos Latino-Americanos (PPG-IELA), Universidade Federal da Integração Latino-Americana (UNILA), Paraná, Brasil; barbara.arisi@gmail.com

 

Muchas veces los museos comunitários o alternativos son presentados como espacios de resistencia, como una tentativa de proponer alternativas narrativas a las hegemónicas o estatales. Sus objectivos son adentrar en las arenas de la economia cultural con el objectivo de enseñar otras imágenes, cuerpos, objetos y crear nuevas imágenes de ciertos pueblos o grupos específicos que se quieren diferentes y muchas veces están (o estaban) alijados de los museos existentes en ciertas ciudades, regiones o países. Mi ponéncia busca provocar a pensarmos si es posible que los museos puedan ser espacios de resistencia o si siempre serán espacios de colonización ya que empiezan como siendo de pueblos o grupos que se quieren empoderar através de la creación misma de esos espacios de poder y visibilización que son (o desean ser) los museos. Presento algunas acciónes artísticas y políticas de museos comunitários o de grupos que se consideraban marginalizados o poco visibilizados y que se utilizaron de esa palabra "museos" para tener su espacio en la arena de la economia de la cultura sobre las cuales me gustaría debatir con ustedes.

Palabras clave: museos alternativos; espacios de resistencia, espacios de colonización; economia de la cultura.